ENTRE A RUA E A LUA


Há um convite da lua no meio do céu, mas é preciso caminhar pela rua. A crise do caminho é a crise do olhar e no trânsito da urbe não se pode olhar pra cima.

A praça da matriz está particularmente linda, nesse instante particular desse sábado particular.
Caminhar é se mover pela particularidade, colecionar com o olhar as partículas de beleza da Feira de Santana.

As belezas da Feira são particulares, jardins escondidos por muros e sorrisos disparados sem pudor.
Mas existem as praças e a lua, essas poucas belezas públicas sem assinaturas e sem proprietários.
Todo caminhante tem sede de chão e de horizontes, mas a lua sugere o infinito para o olhar.
Quando a sede de infinitos é maior que a sede de horizontes é preciso parar no bar e olhar para a lua.
E pedir uma cerveja para matar todas as sedes.


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