A palavra “graça” está no centro do evangelho. Na feira de Feira cada vez mais se vende a “graça” e o preço é cada vez mais caro.
Nos templos grandes e pequenos e em casas grandes e pequenas, mercadorias religiosas, tangíveis e intangíveis são vendidas o tempo todo. Vendem-se livros, discos, figuras, símbolos; e vendem-se também esperança, fé, saúde e prosperidade.
No mercado pós-moderno, Deus tornou-se a mercadoria mais rentável: mercadoria que está em todo lugar e que serve para tudo. Vendedores e revendedores de Deus acumulam os seus lucros, praticamente absolutos, já que Deus se dá de graça.
O problema é que a moeda que compra Deus tem duas faces: ingenuidade e sofrimento. E vamos e venhamos, quando chega o sofrimento o mais cético dos ateus tem muita vontade de ser ingênuo.
Essa graça vendida desgraçadamente só salva verdadeiramente os vendedores. Mas funciona, porque os consumidores sofrem, mas não se cansam de pagar para esperar. Mesmo que a espera acrescente sofrimento ao sofrimento.
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