Marcos Monteiro
A “paz do cemitério” era o que latifúndio desejava para camponeses revolucionários, segundo discurso e imagem de Francisco Julião, nos idos de sessenta. Nos vindos de hoje, essa “paz” alargou os limites demográficos, transformando segurança e choque elétrico em mercadoria de consumo.
Na Feira que se vende de tudo, fico imaginando motivos e argumentos para se vender choque elétrico. Temos nos cemitérios assombrações famosas, mas não acredito que alguém, por exemplo, como Lucas da Feira, fosse detido por cercas quaisquer nem vivo nem morto.
Resta saber, então, quem comprou e porque. Mas, o que me enche de curiosidade mesmo é quem é esse cidadão ou cidadã que tem discurso e poder capaz de vender cerca elétrica para defunto.
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